9 banheiros de firma para reclamar antes de usar
Santa Padroeira Protetora do Eterno Home Office Rogai Por Nós. Lembrando que pagando bem ninguém vai reclamar de nada, ok?
A edição de hoje podem conter assuntos pesados, molengas, sujos, difíceis. Recomendo parcimônia na leitura durante as refeições. Se você for sensível à imagens gráficas, peço que tome cuidado.
Semana passada viralizou uma planilha sobre mercado de trabalho. Nada de novo. Caso você não saiba, vez em quando publicitários com acesso à rede mundial de computadores tem o insight de reclamar de seus jobs insalubres. Nada de chamar o RH, o prazer é falar mal da chefia em grupo, criando planilhas anônimas para compartilhar como é trabalhar em determinadas firmas. Normalmente compartilhando também o valor de seus salários terríveis. Vira o famoso muro das lamentações e faz sucesso pois o ser humano adora reclamar. Entretanto, dessa vez foi um pouco diferente.
A planilha pra reclamar é com o tema “como é fazer cocô aí”. Dessa vez a coletânea coletiva rompeu todas as bolhas possíveis pois já são quase três mil empresas citadas, de diferentes setores, da prefeitura de Pato de Minas ao Google. Tem tanta gente no link que o dono da planilha vendeu anúncios, uma piração.
Talvez Freud explique, mas a gente precisa falar mais sobre esse tipo de coisa. Eu sei o quanto fazer cocô no ambiente de trabalho é literalmente uma merda colossal. É terrível compartilhar o local das mais profundas intimidades com estranhos.
Infelizmente, várias coisas horripilantes já me aconteceram em banheiros de firmas. Privadas com surpresinhas é parte da rotina de todo mundo, certo? Eu já abri portas e flagrei gente cagando, também aconteceu o contrário. Já fui ao banheiro e ouvi uma pessoa assistindo uma novela do Viva. Tava tudo em silêncio, mas de repente o sujeito escorregou, sei lá, fez um barulho, saiu o fone e eu ouvi em alto e bom som que era uma novela. Nessa mesma firma um sujeito levava uma xícara de café e um jornal pra privada. Banheiro com cabine compartilhada tem disso.
O pior é quando a arquitetura não ajuda e o banheiro é grande, ficando a privada numa ponta do ambiente e a porta na outra ponta. Você senta naquela situação e fica olhando a porta. De repente, pensa "será que eu tranquei a porta ou vou passar vergonha remunerada?". Cada segundo pensando “levanto pra verificar ou fico por aqui mesmo” é uma angústia interminável.
Voltando à planilha “spreadshit”, separei alguns dos mais interessantes comentários. Exclui assédios e situações de humilhação excessiva e escolhi empresas diferentes e situações minimamente peculiares. Vamos ler juntos, eu aqui e você aí na sua privada (eu sei que você lê e-mails enquanto faz cocô).
Vamos começar com essa pessoa que diz como é cagar no Projac, na Globo, de frente para a frase “a globo mata criança”.
Bom, mas podia ser melhor. O Projac deve ter mais de 50 banheiros, claro que não fui em todos, mas o 'principal', que fica perto do refeitório, é muito simples mas limpo e funcional, porém o que incomodou foi o fato de estar escrito na porta do banheiro a seguinte frase: "a globo mata criança", o que me fez refletir bastante e atrapalhou a cagada remunerada. (linha 2004 da planilha)
Chique é a pessoa que que caga na mesma porcelana que o presidente da Coca.
Bastante silencioso, o que é uma dádiva e ao mesmo tempo uma maldição, já que qualquer peidinho tímido pode ser escutado até mesmo pelo presidente da Coca-Cola se ele estiver no mesmo banheiro (isso acontece frequentemente). Para os germofóbicos, o destaque fica pra descarga que você aciona com os pés com um pedal ao lado do vaso. (linha 2335)
Este funcionário do Google relatou uma situação que une todo o escritório em busca de respostas. Sempre lembrando que o autor quase nunca se entrega.
Os banheiros são ótimos, mas tem UMA pessoa que não descobrimos quem é que sempre se explode em bosta e deixa as paredes e privadas com o território marcado. (linha 1693)
Uma estratégia boa é cagar em outro andar. Anote essa dica, eu usava muito quando ia presencialmente. Esta pessoa que trabalha na prefeitura do Rio de Janeiro faz isso. Repare na poesia do texto.
Dependendo do banheiro você tem uma ótima experiência, mas não podemos deixar o banheiro do nosso andar fedorento, por isso, cagamos em outros andares, algum dia vão acabar descobrindo nossa façanha. Alguma vezes só descobrimos que não tem papel higiênico após a merda estar feita e outra das vezes você caga e a tampa do vaso velha expele aquela água que fica acumulada dentro e tu fica com a bunda molhada, mas na hora da guerra não importa o local de combate. (linha 2870)
Este depoimento sobre a Revista EXAME mostra que o negócio de puxar saco de chefe pode acabar com a vida das pessoas.
Cara, pior experiência pra se cagar de todas. O banheiro possui 3 cabines, contando com a de deficiente. Toda hora tinha algum executivo se limpando, arrumando a roupa social, além de que o espaço do chão até a porta era meio alto e se abaixasse só um pouquinho, dava pra ver tudo do cagão. Mas o pior mesmo, era o mictório. Os caras meteram um mictório ALTO mané. Eu tenho 1,78 e tinha que ficar um pouco na ponta do pé. Tudo isso pq o CEO tinha 2 metros de altura (e o cara nem tá mais lá). Tinha um cara do comercial de 1,55 que dava dó de ver o sofrimento dele pra dar uma mijada. (linha 2713)
Jamais imaginei que um dia leria como é cagar no banheiro do Supremo Tribunal Federal, em Brasília. Mas a internet tem dessas surpresas.
Olha, no prédio do gabinete dos Ministros é ótimo. Me refiro aos banheiros que atende a ao andar inteiro, não o que fica dentro do gabinete (por motivos óbvios: todos iriam saber). Sempre limpo e bem arejado. O ruim é no horário do almoço pois sempre fica cheio. (linha 1367)
Mais algumas surpresas: descobrir que é possível cagar olhando a Monica Toy e que Maurício de Souza tem sua própria porcelana:
A MSP (Turma da Mônica) conta com quatro banheiros, sendo dois dos funcionários, um para visitação e outro para a cabine presidencial (onde o sr. Mauricio costuma ficar). O banheiro da visitação é incrivel, tematico, parece realmente que você faz parte do clubinho do Limoeiro, os funcionários podem usa-lo desde que não tenha visitação externa ou algum evento muito importante. Os banheiros dos funcionários são tão tematizados quanto os da visitação, porém nas portas da cabine você pode se deparar com a versão Toy de algum personagem. O banheiro presidencial é uma lenda, até hoje me questiono se realmente existe um. (linha 2526)
Nem tudo é perfeito, a gente sabe. Essa pessoa funcionária da Sulamerica representa aqueles lugares insuportáveis com sensor. Tá cheio desses por aí. A pessoa já tá seminua fora de casa e tem de ficar se mexendo pra não acabar no escuro.
É uma boa experiência, é um banheiro que possui várias cabines individuais com pias fora da cabine, mas sempre vazias, a água do vaso já vem perfumada, tem espirrador de bom ar automático, protetor de vaso, papel higiênico bom e papel para secar a mão é em uma parte separada do andar então nada de anunciar o que foi feito ao abrir a porta para sair, a única coisa é que a luz é com sensor de presença então depois de um tempo é necessário dar um tchauzinho para ativar a luz. (linha 2846)
Um dos piores, PIORES, PI-O-RES depoimentos vem desta pessoa que trabalha na Vivo e precisa usar um banheiro sem fechadura. Que mundo é esse???
Os banheiros dos andares são unissex então não tem boxes, o que impede de ser pego cagando. Agora um ponto ruim e que tem um banheiro que nao tem fechadura então vc caga com adrenalina. (linha 1702)
Santa Padroeira Protetora do Eterno Home Office Rogai Por Nós. Lembrando que pagando bem ninguém vai reclamar de nada, ok?
***PS
O link da planilha que a galera reclama dos salários ruins tá aqui. O link que a galera revela como é cagar por aí tá aqui.
***POR HOJE É SÓ
Inclusive a coisa já tá mais que fedendo. Esta foi a Dia Sim, Dia Não número 61, em breve chega a 62. Fique com o leia mais:
Infelizmente a planilha escatológica não está mais entre nós. Mas fico feliz pelos destaques transcritos. Obrigada!