Um dia estava num bar e apareceu um povo que eu não conhecia. Papo vai, papo vem, aconteceu o que se espera de paulistas reunidos numa mesa fora do escritório: começamos a falar sobre trabalho. Haja paciência.
De repente, eu trouxe a teoria de que absolutamente todo trabalho de escritório é, em maior ou menor grau, a série The Office.
Todo chefe é um pouco Michael Scott. Pam, Jim, Dwight, Stanley, Phyllis, Creed, Angela estão todos espalhados por escritórios deste mundão.
Uma pessoa na mesa disse “não, nada a ver”. Onde ela trabalhava era um lugar normal, ninguém exalava a energia The Office. Eu reforcei meu argumento e expliquei que ela não tinha refletido sobre isso, mas que com certeza vivia situação parecida. Mudamos de assunto e tals pra evitar pormenores.
Uns dias depois, fiquei sabendo que a pessoa que negava a verdade era conhecida pelos colegas de trabalho como Barbie Fascista. Significa?
É de conhecimento de todos os internautas que a série The Office voltou à Netflix. Quando soube da notícia tive uma das últimas alegrias de 2022. A última vez que vi The Office na Netflix acho que foi por volta de 2015, sei lá. Obrigado a todos que trabalharam para esse retorno. Por causa disso, estou revendo essa maravilha e relembrando como os caras conseguiram a façanha de criar uma série tão universal.
Eu poderia passar horas fazendo comparações de episódios com coisas que já vi nos escritórios onde trabalhei. E até nas reuniões online que entrei!!! Mas vou destacar um ponto universal no quesito humanos convivendo em escritórios: a troca de cadeiras.
Quem trabalha em escritório desenvolve o aconchegante hábito de sentar na mesma cadeira todos os dias. A cadeira que nunca muda de lugar. Até que um dia a calmaria se transforma em tormenta pois alguém experimenta mudar a cadeira de lugar. Ahhhhh. Vixi. Rapaz. Eita nóis. É aí que o bicho pega. A insanidade toma conta. Em vez de simplesmente ajustar a nova cadeira para a ergonomia personalizada, as pessoas ficam completamente malucas.
Ao encostar os glúteos no estofado desconhecido todo mundo fala "trocaram minha cadeira”.
Daí pra frente salve-se quem puder: “Quem mexeu na minha cadeira? Cadê a cadeira que tava aqui? Essa não é minha cadeira! Está cada dia mais difícil trabalhar aqui. Essa espelunca já teve dias melhores. Eu vou morrer. Foi você Rafael?". Nunca é culpa do coitado do Rafael.
O que vem daí em diante é sempre uma linha tênue entre uma simples irritação e a completa barbárie.
Confesso que já troquei a cadeira de meus amados e amadas colegas de trabalho mais de uma vez (em todos os empregos que tive). Em todas as vezes todo mundo ficou fora de si. Foram experiências antropológicas riquíssimas. Numa dessas oportunidades acharam que tinha um espírito obsessor no escritório. O ser humano é muito interessante.
***PS:
Quem nunca passou por isso no ambiente de trabalho?
***PS2:
Ainda vou ver muito The Office esse ano, de repente volto a falar da série por aqui. Entenda como um aviso ou ameaça.
***POR HOJE É SÓ
Está foi a Dia Sim, Dia Não 84 e logo vem aí a 85. Enquanto isso, leia mais sobre as dores e glórias de se trabalhar: