1 - Obrigado por tanto???
O que está acontecendo com o obrigado por tudo??? Tá fora de moda essa frase a troco de quê??? Porque agora só se fala “obrigado por tanto”. Tanto o que, cacete? Completa a frase. O povo não tem coragem de completar pois essa frase é egoísta. O certo é “obrigado por tanto que você fez por mim”. “Obrigado por tanto que eu mereço”. “Obrigado por tanta dedicação a meus problemas”. É um jeito de enfiar “eu” na sentença de qualquer forma. Não tem escapatória. Ah vá se catar. Dica: escreve obrigado por tudo e não se coloca no holofote pelo menos de vez em quando.
2 - Meu Google está morto, tens o que é preciso?
Eu já reclamei do Google aqui nessa newsletter? Nem adianta dar um Google pra procurar se isso já aconteceu pois não vamos achar nada. Não se encontra mais nada que presta no Google, tá cada vez pior o site mais acessado do mundo. Começo a ter saudades do antigo buscador “Cade?”. Você procura qualquer coisa simples hoje em dia e é soterrado por um mar de posts otimizados, conteúdos sem alma, é só coisa pra encher o saco, vender curso, preencher cadastro em troca de informações muito ruins. Poxa vida, a internet parecia um lugar tão legal, como foi que a gente deixou o negócio ficar desse jeito? Parece São Paulo, como que pode uma cidade ficar tão feia e ninguém fazer nada???
3 - Um sonho
Mandei há tanto tempo a última Dia Sim, Dia Não que foi suficiente pra rainha da Inglaterra morrer, ser embalsamada, seu corpo passear pelo Reino Unido inteiro e ainda enterrarem essa senhora. Como é cansativo viver mais um momento histórico, por mais que eu não faça nada a não ser digitar. Tem uma coisa que me chama atenção em mais essa pira da humanidade: a linha de sucessão dessa realeza inclui a criança de 9 anos conhecida por Baby George. Se eles tiverem dois imprevistos com o pai e o avô dele, ele tem de assumir o trono. Tem alguns anos que torço para que isso aconteça, sabe? A gente tá numa fase da humanidade que seria interessante ter um Rei de 9 anos de idade. E não pode demorar muito pra não perder a graça. Para ter algum valor de importância precisa ser no máximo aos 17 anos de George, depois tanto faz.
4 - Invasão de privacidade forçada
Antigamente fones de ouvido era um acessório, quase um objeto de luxo. Nos tempos atuais, fones de ouvido são essenciais para toda a sociedade. É praticamente impossível seguirmos em paz sem eles. Temos de agradecer ao pessoal que popularizou esse troço com o walkmans nos anos 1980. Mal sabiam que com a chamada popularização dos celulares e conteúdos em áudio, ter um fone de ouvido é salvar sua própria vida. Pois vamos ser sinceros, ninguém merece ouvir o áudio que mandaram só pra você. E se quiserem ouvir, você que encaminhe para a outra pessoa ouvir lá na casa dela, no fone dela. Se não, podemos até ter um caso evidente de invasão de privacidade forçada. Dependendo do teor da mensagem, a situação é gravíssima, digna de processo. Antes de tudo isso, haja paciência com áudio dos outros em alto e bom som.
5 - “Estou morto por dentro”, Michael Scott
E a nova pira trabalhista global é o tal quiet quitting, basicamente pessoas que fazem só o que está combinado com a chefia e nada mais. Ou seja, quem não lambe saco da chefia. Eu tenho pra mim que isso tem mais a ver com puxa-saquismo que com trabalho. Pois todo ser humano tem ego e todo chefe é o Michael Scott da série The Office em maior ou menor grau. Silenciosamente muita gente anexa “puxar saco” como parte das atribuições e atividades diárias (em linguagem de Linkedin ‘job description’). Aí quem não entra na roda não ganha promoção e ainda vira estatística. Então, essa expressão que tá hitando nas palestras de RH mundo a fora, acho eu, nem tem tanto a ver de verdade com as tarefas do trabalho.
6 - A paz de Otis Junior Haywood
E essa semana fui ao cinema ver Não! Não Olhe! Foram 27 dias depois do lançamento e mesmo assim consegui fugir de todos os spoilers. E todas as opiniões dos especialistas sobre o filme. Acredita, menina? Nem eu acredito, pra te falar a verdade pra você. Foi difícil, tive de pular muitos tweets e thumbs do YouTube que entregam alguma coisinha do conteúdo (pra dar vontade da pessoa clicar). A única coisa que eu tinha certeza era que a turma não podia olhar pra cima. Achei chique não poder olhar no olho do inimigo, tal qual aquela mitologia grega de não poder olhar diretamente nos olhinhos da Medusa. Lembra dela? Quem olhava virava pedra. Nesse filme, quem olha também vira algo terrível, com a diferença que o olho proibido é bem grande e voa. Definitivamente não é meu filme favorito do diretor Jordan Peele, mas ainda assim gostei, me diverti muito no cinema. Com certeza não é a mesma coisa que assistir em casa. E eu curto demais os pequenos toques de loucura de todo filme desse senhor, tipo os birutas voando na fazenda. O que se destacou pra mim nesse filme foi a paz e tranquilidade do personagem do Daniel Kaluuya. É um estado de espírito que jamais vamos atingir pois passamos o dia na internet. Só animais para deixarem os seres humanos assim.
7 - DIUBIRUDIU TUBIDYBII IEIEIEIE AUUUU
Essa semana eu estava ouvindo Ed Motta. Lembra daquela música Fora da Lei? O cara teve a ousadia de rimar as palavras mel e well. É de uma poesia que só os bilíngues entendem. Ou, ainda melhor, cada um entende o que quiser. Ousadia deveria ser o sobrenome desse homem. Ed Ousadia Motta. A música já começa com “Gata de rua faz ron-ron” (pausa dramática) “ao luar”. Ron-ron. E aquela parte que confessa o crime de amar demais? Vou até destacar com itálico e negrito:
“Farra no telhado fora da lei
Tudo bem
Sobe e desce muros fora da lei
Ela sai por onde entrei”
Recomendo a versão ao vivo com direito a efeitos sonoros impossíveis de serem reproduzidos em texto.
***PS:
Fiquei umas semanas sem mandar a newsletter, mas chegou bastante gente nova. Obrigado pela inscrição e aqui é assim: Dia Sim é quando tem post e ele chega no seu e-mail. Os outros dias são Dia Não aí não vai ter.
***POR HOJE É SÓ
Essa foi a edição 66 da Dia Sim, Dia Não. Faltam 600 para a edição 666. Logo logo chega aí a número 67, mas enquanto isso leia mais, eu sei que você adora ler.