A Olimpíada é uma espécie de buffet quase infinito de entretenimento esportivo
Nunca fomos tão felizes.
Estou te mandando esse texto na sexta-feira, 2 de agosto, do ano de 2024 depois de Jesus, o Cristo. Porém, estou desde segunda-feira tentando dar rumo, começo e fim para esse par de parágrafos. Não tá fácil. E ainda tenho a pachorra de escrever essa aliteração "par" e "parágrafos" mais de uma vez. O título nem me agradou, mas é o que tenho pra hoje.
Mas por que tudo isso? Por causa do que está acontecendo em Paris. Simplesmente não consigo fazer outra coisa a não ser assistir televisão.
A cada quatro anos temos o prazer de lembrar que a Olimpíada é uma espécie de buffet quase infinito de entretenimento esportivo. É como almoçar alface, tomates, agrião, batatas ao murro, arroz de brócolis, macarronese, salsicha cozida, falafel, peixe cru, frango à milanesa, barriga de porco e feijão preto de uma vez só. E ainda pedir um generoso pedaço de pudim com calda de chocolate instagramável de sobremesa.
Nunca fomos tão felizes.
Minhas costas nunca doeram tanto por passar horas e horas sentado em posição ergonomicamente reprovável por 10 entre 10 médicos especialistas.
Aos que precisam trabalhar, tipo eu, é uma faca de dois gumes. Não podemos deixar de pagar as contas e entregar o que foi combinado pois temos palavra e compromisso. Porém perdemos oportunidades únicas de uma canoagem slalom, um tênis de mesa, uma luta fodástica de judô. Só pra ficar em três bons exemplos.
Semana passada praticamente não consegui sair de casa, não tava arrumando tempo para limpar as coisas ou pensar no almoço, coisas mundanas. Teve uma janela de tempo no domingo, de mais ou menos duas horas, impossível até de ir ao banheiro.
Existe algo que me faz ficar com olhar vidrado na TV. Sei que é algo coletivo, óbvio, senão a gente tava falando de outros assuntos.
Queria muito entender o que nos atrai tanto nisso tudo, porém não vou estudar para descobrir. Aproveito desse espaço para dar opinião baseada nas vozes da minha cabeça.
Hipótese 1: esportes de alto rendimento são assombrosos.
É muito incomum um ser humano nadar 1,5km, sair correndo 15km e em seguida pedalar 40km.
Não me parece uma ideia tranquila botar homens e mulheres embaixo daquelas ondas gigantescas do surf.
Já pensou na irresponsabilidade que é uma prova de skate, com a possibilidade da galera fraturar as partes íntimas de forma irreversível naqueles corrimões?
A todo momento vemos atletas fazendo coisas perigosíssimas e terminando plenos e em segurança.
Hipótese 2: na verdade, não tenho outra para esmiuçar essa fascinação com os Jogos Olímpicos.
Aproveito o ensebo para agradecer ao algoritmo. Sim, Ele mesmo. Graças a Ele as Olimpíadas reverberam de forma muito especial nas redes sociais.
Descobrimos que tentaram se passar pela Rebeca Andrade no WhatsApp.
O ator de realities e documentários Pedro Scooby usou um filtro com a foto do Medina para fazer uma reclamação formal contra o Comitê Olímpico Internacional.
Marcos Mion, o velhinho mais jovem do Brasil, falou que entrou no site salário ponto com ponto br para checar o valor do Bolsa Atleta. Tentou passar uma lição de moral com informação errada. Do jeitinho que um idoso gagá mal informado faz, bem humano, super gente como a gente.
Isso só para ilustrar três casos do auge do capitalismo tardio conectado.
E ainda tem mais uma semana assombrosa de esportes, bolas, pessoas voando, gente apanhando, superação de limite, humilhações, e muito mais.
Boa sorte.
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***PS:
Botei no post minhas favoritas do perfil @ArtButSports
***PS2:
Esta é mais uma edição sem seções adicionais pois não há motivo para se distrair com outra coisa.
***POR HOJE É SÓ
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melhor coisa é parar tudo para assistir uma prova imperdível de arremesso de peso ou uma polêmica disputa na esgrima… de quatro em quatro anos, agosto consegue ser um mês menos insuportável. 😂😂😂
***pego