Fora Metaverso e leve a realidade aumentada junto
Mark Zuckerberg, se você estiver lendo isso, saiba que estou torcendo por você, mas seria bom procurar um clínico-geral. Abraço.
Praticamente tudo que eu sabia sobre metaverso era contra a minha vontade, até eu resolver escrever sobre esse assunto aqui na newsletter. O que me motivou a subir nesta árvore foi essa imagem:
HAHAHAHA
SÉRIO
NA MORAL
NA MORALZINHA, BICHO
COMO. QUE. PODE. UM. NEGÓCIO. DESSES.
Destaco o tamanho das pupilas de Mark Zuckerberg:
Antes de seguir, gostaria de fazer uma provocação: se você é funcionário do Facebook e está lendo isso aqui, saiba que eu entendo tudo, perfeitamente, nessa economia a gente tem de se virar como pode, nem que custe a democracia global.
Mark Zuckerberg, se você estiver lendo isso, saiba que estou torcendo por você, mas seria bom procurar um clínico-geral. Abraço.
Continuando.
Eu dei de cara com essa imagem em uma fofoca sobre o universo corporativo. O site The Verge contou pro mundo todo que o tal metaverso flopou dentro do Facebook. A empresa mudou de nome, chama Meta agora, por causa do metaverso e lá dentro a turma tá pensando “quem pariu Mateus que embale”.
Pudera, né, meu querido. Esse negócio de botar oclinhos na cara para ficar mexendo em negócio de universo paralelo não tem a menor condição. Sinceramente temos mais o que fazer.
Tá, mas longe de mim ser uma pessoa que rejeita as mais novas novidades dos empresários. Então fui pesquisar mais sobre esse troço. Fui ao YouTube e descobri que alguns podcasts já estão sendo gravados no metaverso. E, pasme, as pessoas não têm vergonha disso, elas publicam esses episódios. Tirei alguns prints para você ter uma ideia.
Com todo respeito, lembra aqueles antigos buddypoke do Orkut que a criançada usava há muito tempo atrás. Repare na imagem da esquerda, dá pra ver os balõezinhos de texto enquanto a galerinha tá falando. Não é fófis?
Algo que encontrei muito na minha busca foi homens falando sobre metaverso. Se já é um porre homem cagando regra sobre tecnologias na vida real, imagine em versão bonequinho. Evidente que boa parte desses caras também trata sobre blockchain, criptomoedas e os famigerados NFTs, aqueles GIFs animados que uma turma inventou para ganhar dinheiro.
Matérias jornalísticas já mostram algumas experiências nesse tal de metaverso. Me chamou atenção o quanto as brincadeiras são solitárias e, sinceramente, bem desinteressantes. Basicamente jornalistas mostram como funcionam as coisas, encontram algumas pessoas aleatórias, conversam um pouco e vão embora com a vista cansada. Não vai faltar trabalho para oftalmologistas da vida real.
Algumas mostram reuniões de trabalho e elas parecem ser tão sem graça quanto às reuniões normais que temos na vida real. Uma jornalista do Wall Street Journal foi em um show de stand up e, pelo que entendi, deu pouquíssimas risadas.
O mais chocante pra mim foi uma repórter do New York Times que foi hostilizada com tapas e um aviãozinho de papel na cara por um grupo de avatares. Violência no metaverso. Chamem os metapoliciais.
Dúvidas: seria essa uma forma de violência física real? Se fosse um cara, ele teria apanhado de outros caras? A cena é meio perturbadora e esquisitóide, você pode ver o vídeo nesse link.
Minha pesquisa acabou aqui.
Dizem os especialistas que no futuro isso vai pegar. Espero que eu não veja essa futuro pois toda vez que escuto falar disso sinto vontade de gritar: “FORA METAVERSO E LEVE A REALIDADE AUMENTADA JUNTO”.
Sabe que uma vez fui inventar de mexer com realidade aumentada. Fui na exposição Bjork Digital no Museu da Imagem e do Som em São Paulo e dava para assistir à várias obras de arte da cantora. Tinha de usar esses óculos e tals.
Foi botar o negócio e eu não sentia o chão, era como se eu estivesse voando dentro dos clipes da Bjork. E ela cantando bem alto daquele jeito Bjork. Em resumo: uma completa perturbação. Talvez tenha sido minha experiência mais próxima do que pode vir a ser o inferno. A atração mais longa do rolê durava uns dez minutos e quando acabou tinha um cara ao lado em posição fetal totalmente catatônico olhando pro nada. Tive de avisar o pessoal do museu, eles chamaram os médicos, foi horrível. Não sei o que aconteceu ali, mas não recomendo ninguém passar por isso.
Esse meu relato provavelmente não tem muito a ver com o metaverso pois o vídeo era gravado, mas na minha cabeça o estrago já está feito.
***PS:
Conto com você para esse negócio de metaverso ficar para a história tanto quanto o antigo Second Life.
***POR HOJE É SÓ
Hoje teve muitas figuras. Essa foi a Dia Sim, Dia Não 70. Em breve vem aí a edição 71. Enquanto isso, deixo você com links antigos mas que têm seu valor: