Estive fuçando no Facebook como quem viaja no tempo
Como que pode um site de 2025 parecer com o antigo Geocities do Yahoo?
Tive uma experiência muito especial. Estive fuçando no Facebook como quem viaja no tempo e resolvi compartilhar umas coisinhas aqui.
Vale dizer como me relacionei com negócio de Facebook. Usei, me diverti, aprendi e aproveitei muito dessa rede social entre 2012 (ou algo assim???) e, mais ou menos, 2019. Tem muito conteúdo meu lá dentro, em chats, eventos, grupos, na timeline, em página pessoal e das firmas por onde passei. Vários bons e maus momentos de minha vidinha besta aconteceram por causa daquele site. Obrigado por quase tudo Mark Zuckerberg.
Larguei de mão quando o algoritmo passou a privilegiar só posts de parentes e amigos, ódio, fake news e outras coisas que não vem ao caso agora. Antes das bets dominarem. Por um lado, nada contra, já que eles seguem com licença pra funcionar e a democracia é isso. Por outro lado, perdi o interesse no serviço e fui caçar sarna pra coçar em outras bandas.
Só que minha conta nunca saiu do ar, já que sem rede social a gente não existe pra sociedade. Essa semana tive de passar lá e resolvi dar uma espiadinha em como andam as coisas.
Para começo de conversa, o layout tá cada vez mais terrível. E não é pouco terrível. Como que pode um site de 2025 parecer com o Geocities do Yahoo de 2001? Esse povo não tem vergonha na cara?
Vamos comparar. Geocities 2001:
Facebook 2025:
Fora isso, dei de cara com outros conteúdos muito especiais.
Me convidaram para um evento em pleno 2025!!! Não é possível!!! Deve ter alguma coisa errada.
Uma pessoa, que eu não tenho a mais puta ideia de quem é, fez aniversário ontem. Amanhã tem outra. Isso deve ser reflexo de um tempo que eu adicionava pessoas no Facebook como se fosse o Mario catando moedinhas no Super Mario World.
A aba “Lembranças” guarda relíquias ainda mais especiais. Há dez anos fui ao show de uma banda que não existe mais. Em 2012 compartilhei o clipe da música Here Comes The Sun, dos Beatles. Só informações relevantes.
Caramba, uma pessoa que estudei há 200 anos atrás tem TRÊS FILHOS. Um deles parece ter mais de 10 anos. Será que foi caso de gravidez na adolescência ou adoção? Por que estou me importando com isso? Enfim, que sejam felizes.
Meu professor da faculdade me manda feliz aniversário todo ano há uns cinco anos, e eu nunca agradeci. Não é agora que eu vou mudar isso, vai parecer que eu sou mal educado. Se deixar assim, em mais uns cinco anos talvez ele perceba que eu não uso essa bagaça.
Resolvi clicar na botão "Pessoas que você talvez conheça". Encontrei todos os meus contatos do Zap. Aparece até gente que eu fiz contato em um freela, mas que não tive intimidade suficiente para adicionar em qualquer rede. É um amontoado de pessoas que conheci por aí.
O que mais me espantou foram as sugestões de amizades Zélia Duncan, Tiago Abravanel, João Gordo, Branco Mello e Boninho. Será que esse negócio acha que eu trabalho no Altas Horas? Eu chequei, pelas publicações não são perfis administrados por assessoria nem páginas para fãs. Por que eu adicionaria pessoas que nunca me convidaram para essa festa pobre? Sai pra lá!!!
14 amigos estão online. O que será que eles fazem tão on-line quanto eu? Lembro como se fosse 2017, quando eu conversava com eles pelos chats.
Caramba, têm algumas conversas não respondidas. Em novembro de 2021 me procuraram para um freela pelo chat. É mole? Em outubro de 2020 minha tia encaminhou um vídeo com thumb "vachina proibida", não é hoje que vou ver essa pérola. Em novembro de 2020 reavivaram um grupo criado nos idos de 2014, se eu soubesse tinha respondido, agora já não faz mais sentido. Depois disso o grupo calou-se.
Essa aventura de volta ao passado me fez pensar: onde vai parar essa montanha de conteúdo quando tudo acabar? Simplesmente desaparece e pronto? Vai virar arquivo morto em alguma nuvem?
Fora que a gente não considera, eu pelo menos nunca pensei nisso, o destino das pegadas digitais que largamos por aí. Será que essas coisas são usadas pra alguma coisa enquanto não estamos olhando? Alguém usa isso tudo nos rincões da internet? Nunca se sabe, mas ouso dizer que ninguém liga.
Antes de sair do Feice, passou na timeline um vídeo explicando que não pode usar tábua de madeira na cozinha. Me parece feito por inteligência artificial, aqueles de estética tenebrosa. Nesse ponto, posso dizer que o site está igual todos os outros.
Sua vida está prestes a mudar, assine agora a Dia Sim, Dia Não! Você manda seu apoio em forma de dinheiro e ganha mais uma conta pra pagar. Escolha ser feliz.
***PS:
Chegou muita gente nova da semana passada pra cá. Deixo minhas boas vindas e espero que você goste do que vai ver. Caso não goste, paciência. Essa newsletter é uma caixinha de surpresas, exceto por uma regra: em Dia Sim tem post, em Dia Não nada acontece.
***LINKS PARA PREENCHER O VAZIO DA EXISTÊNCIA:
Agora você chegou na seção links para preencher o vazio que toca dentro do seu peito. Separei 7 links, espero que goste:
O paradoxo das experiências de influenciador ou por que todos os podcasts estão iguais?
A pessoa que não queria morrer sem ver Breaking Bad me pegou demais
***POR HOJE É SÓ
E está mais do que bom. Essa foi a Dia Sim, Dia Não 187. Em breve chego à incrível marca de 188 edições no seu e-mail, só não sei quando. Enquanto isso, leia as edições antigas como se fossem novas:
📧 odavirocha@gmail.com é o meu e-mail, caso você esteja se perguntando.
Imagina poder ficar offline, ao contrário dessas 14 pessoas?!
Pior que poderia ser uma boa rede, com possibilidades de conteúdo diferente. O problema foi a administração, mesmo...