29 pautas já problematizadas pela autoajuda de Instagram
Incluindo: Tiktokzação da atenção, quem transa muito, fofocas e adultos com a terapia em dia.
Mexer no celular enquanto vê um filme ou uma série, um hábito tão querido e presente em todas as classes sociais. Aparentemente, novela não conta nestes posts.
Colocar muitos despertadores para acordar cedo, problematizando os hábitos dos outros (dos outros?).
Responder que está tudo bem, inclusive se realmente estiver tudo bem.
Pedir comida por aplicativo, mesmo não parando de pedir comida por aplicativo e sem deixar de falar sobre comida por aplicativo.
Horários de festas em geral. O que leva a turma a sair de casa reclamando, e ficar na festa pensando quando vai ser a hora de voltar pra casa. Uma verdadeira ruminação na cabeça do adulto.
Ficar em silêncio. Essas páginas de autoajuda escancaram o pavor contemporâneo de lidar com o vazio da existência sem falar nada.
Estudar enquanto os outros se divertem. Esse tópico eu não entendi muito bem a angústia, afinal toda hora tem gente estudando e toda hora tem gente se divertindo. Porém, a discussão me chamou bastante atenção.
Autocuidado, aqui, pasme, estamos falando de uma tirania terrível em busca das nossas melhores versões.
Fugir de uma briga pois, de acordo com o argumento, essa atitude não resolve o problema e pode causar mais rancor em qualquer adulto funcional.
Procrastinação, a autoajuda do Instagram em geral prega a produtividade sem deixar nada para a última hora. Caso você não saiba, eu sou defensor da procrastinação, mas dou espaço para ideias diferentes.
Gente que fica o tempo todo online, pois o ideal é ter muitos momentos de desconexão, como se isso fosse possível.
Pessoas low profile. Quem não posta quase nada só pode ser maluco. Isso é um absurdo!!!
Sentir FOMO, sempre colocando a culpa nos Stories do Instagram, não em quem vê os conteúdos em casa.
Não saber curtir momentos de solidão, e, obviamente, da própria individualidade.
Ghosting de relacionamentos sérios, de ficantes e até de amizades. O perdido bate forte no peito, deixa a autoestima no lixo e a cabeça da turma totalmente desgraçada das ideias.
Reuniões que poderiam ser um e-mail mesmo sabendo que nem todas as reuniões podem ser um e-mail. Conversar com a chefia não é uma opção, pois aí não vai ter como problematizar no Instagram.
Atender ligações telefônicas, incluindo de quem te ama muito simplesmente porque você odeia falar ao telefone.
A falta de feriados. O que leva ao prazer de reclamar do quanto é impossível encarar a semana de cinco dias úteis como um adulto funcional.
Gostar de tragédias. A humanidade aprecia essas coisas desde os tempos mais primórdios, mas por que não contestar os populares programas de true crime?
Pessoas que não sabem que ABRE ASPAS “o que os outros pensam sobre você diz mais sobre eles do que sobre você” FECHA ASPAS. Entendeu?
Suportes emocionais representados por objetos. Tipo um copo.
Adultos que falam que estão com a terapia em dia, principalmente nas redes sociais e nos apps de pegação.
Quem transa muito. Afinal, quem tem tempo pra isso na sociedade do cansaço?
Quem transa pouco. Como pode a pessoa não ter interesse em uma válvula de escape???
Ser fã de alguém popular. Outro tema que tá aí desde sempre!!! A problematização aparece em ondas, houve uma grande tormenta por causa de Taylor Swift e tempestades esparsas são aguardadas em tempos de festivais e grandes shows.
TikTok. Tiktokzação da atenção. Tiktokzação dos comportamentos. Tiktokzação da imaginação. Tiktokzação dos rituais (seja lá o que isso signifique).
Consumir fofoca. Chocante??? Choquei!!!
Ficar o tempo todo agradecendo pelas coisas boas que acontecem na vida, pois esse é um comportamento de um adulto tóxico.
Ter poucos amigos. Mesmo depois de todos os tópicos anteriores, as páginas de Instagram problematizam o fato de ter poucos amigos e amigas de verdade.
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***PS:
Os itens desta lista foram inspirados nos perfis de autoajuda Revista Trip, The Summer Hunter, Obvious e Contente. Obrigado.
***PS 2:
***PS 3:
Quero deixar minha mensagem de boas vindas a todo mundo que tá chegando por aqui. Essa newsletter tem apenas uma regra: Dia Sim tem post, Dia Não não tem post.
***DRAUZIO VARELLA DO DIA:
E vamos com a seção dedicada ao meu influenciador favorito.
Depois de revisar o texto da edição de hoje, abri o YouTube e dei de cara com um vídeo sobre depressão do nosso médico Doutor Drauzio Varella. Impressionante como os assuntos combinam, então deixo o conteúdo aqui:
***ESQUEMA DE PIRÂMIDE:
Caso você não saiba, o Substack criou um esquemão de trocar indicações por mimos. “Como será que funciona isso?” você não deve estar se perguntando. É assim: você clica no link abaixo, manda a newsletter pros amigos e pode ganhar um ou mais meses de assinatura gratuita. Não é incrível? É incrível!!!
***POR HOJE É SÓ
Vai chegando ao final a Dia Sim, Dia Não 117, já já a edição 118 dá as caras por aí. Enquanto isso, leia mais, não deixe sua mente vazia:
eu amei o shade nas páginas que originaram a lista kkkkk
contabilizei 29 defeitos das 29 problematizações