Quando aconteceu aquela situação no Oscar pensei que as pessoas ficariam meses falando sobre. Não deu outra e só se passou uma semana. Me pergunto como pode existirem tantas opiniões sobre o mesmo assunto??? Não quero saber a resposta.
Quero falar outra coisa, de outra opinião. Uma pessoa por aí, que não vou revelar o nome (não lembro o nome), escreveu num veículo de comunicação muito famoso que é uma vergonha No Ritmo do Coração ganhar o prêmio de melhor filme no Oscar. Depois descobri muitas outras opiniões parecidas.
Tem uma coisa que sempre me pega de um jeito estranho: o crítico de cinema triste. E o pior é que são muitos desses por aí. Passa a impressão de que todo crítico de cinema é triste. Sei que nem todos. Uns não são tão amargos. Porém, alguns parecem ser tristes e, ainda por cima, chatos de galochas.
Nesse caso, o argumento da galerinha é que um filme alegre, com final feliz, um drama com um quê de comédia romântica adolescente, uma história tranquila que não quebra todos os paradigmas disponíveis, não pode ganhar o prêmio mais importante do cinema. Eu hein. Quanta burocracia!!!
Particularmente gostei do filme. A história é agradável, o conflito todo não é nem fraco nem um completo exagero melodramático; o elenco entrega demais; rolam muitos clichês sim e eles estão muito bem representados. O filme é passível de choradeira, o que é sempre bom pra dar aquela lavada no rosto, e agora a história cabe na sala de cinema cult e na sessão da tarde.
Ah, caso você não saiba, ninguém é obrigado a saber, CODA: No Ritmo do Coração conta a história de uma menina chamada Ruby que ouve normalmente embora tenha nascido numa família de surdos. Ela basicamente ajuda pai, mãe e irmão a se comunicar com o mundo. Ruby resolve ir pra faculdade de música quando a família mais precisa de ajuda com o trabalho.
Voltando ao debate filmes felizes que deixam críticos tristes com raiva. Vale lembrar que por aí tem cinema para todos os gostos. E não existe isso de cinema maior, menor, melhor ou pior. Arte não é Olimpíada. No fundo, tudo isso é o famoso gosto pessoal. E como diz a linguagem das ruas gosto é que nem cu, cada um tem o seu.
O que me espanta é saber que boa parte das pessoas cultas seguem às cegas dicas de críticos sem coragem de questionar se o que está escrito é correto ou uma bobagem. Se combina com o gosto pessoal delas. Afinal, perfeito só Deus. E muita gente acredita que Deus não existe.
Também fico pensando na pessoa que passa a vida falando mal de coisas populares e só elogia o que meia dúzia de graduados fãs de brechó e queijo gruyère gostam. Não tem como ter um equilíbrio aí? Sei lá, bota a mão na consciência, sai um pouco na rua, faz seu próprio almoço, assiste uma temporada do Vai que Cola, faz um check up.
Gostaria de terminar com uma citação do filósofo careca Yuval Harari. Mas bem resumida, se quiser vai no Google ler o resto. E vale a pena ler o resto.
Um grande número de estranhos pode cooperar de maneira eficaz se acreditar nos mesmos mitos. Toda cooperação humana em grande escala — seja um Estado moderno, uma igreja medieval, uma cidade antiga ou uma tribo arcaica — se baseia em mitos partilhados que só existem na imaginação coletiva das pessoas. (...)
Mas nenhuma dessas coisas existe fora das histórias que as pessoas inventam e contam umas às outras (fofocas). Não há deuses no universo, nem nações, nem dinheiro, nem direitos humanos, nem leis, nem justiça fora da imaginação coletiva dos seres humanos.
***BEM-VINDOS LEITORES DA DESINTERESSANTE
Essa semana estava lendo a newsletter Desinteressante do Marcos Candido quando de repente me surpreendi com a indicação da Dia Sim, Dia Não justamente na seção Leitura Interessante. Então, quem chegou aqui depois de passar por lá, pode entrar, fica a vontade, espero que isso aqui realmente seja interessante.
E quem não conhece, prestigie a Desinteressante, mas saiba que esse nome engana a gente, o negócio por lá é bem interessante. Vou deixar o link anexo para conhecimento:
***OUÇA O QUICANDO
Essa semana eu e minha amiga Juliana Kataoka recebemos a Mabê Bonafé, do podcast Modus Operandi, lá no Quicando. A gente falou sobre BBB, as aventuras de Anitta, o brigadeirogate do Twitter, só assuntos que estão na boca do povo. Tem um trecho no post abaixo e o link para ouvir tá aqui.
***A INTERNET HEIN
A internet é feita de dicas e eu que não vou ficar de fora dessa. Vamos aos links mais agradáveis da internet dessa semana:
1 - Já falei aqui na Dia Sim, Dia Não sobre o diretor Pedro Almodóvar ser um senhor velho da tosse. Saiu um texto dele contando os bastidores da festa do Oscar que basicamente confirma minha tese. E ainda revela que ele gostaria de ter barriga chapada.
2 - Uma análise interessantíssima sobre notícias verdadeiras e fake news.
3 - Está chegando a Copa do Mundo 2022 e já temos o primeiro link finalista nesse campeonato.
4 - Fim de março é tempo de lembrar #DitaduraNuncaMais.
5 - A internet é cheia de links antigos, esses dias voltei pra pra um deles.
6 - Não vá dormir sem ver esse vídeo.
***POR HOJE É SÓ
Essa foi mais uma Dia Sim, Dia Não. Nos falamos na próxima edição, enquanto isso vamos de leia mais:
25 opiniões sobre o Oscar 2022
Instituições de caridade, Mega-Sena e os desafios da vida
É como dizem: falei, tô leve
Ver os outros criando é um porre. É dose pra elefante
Carisma parece até um negócio genético. Tem ou não tem.
O fim da pandemia vou ver e te falo
Pedro Almodóvar enquanto um velho da tosse
Qual é a palavra? Eu também quero saber
22 coisas que aprendi com 2021
10 perguntas para o Orkut, sim, o criador do Orkut
Nossa, você foi certeiro, parece que ser amargo é pré requisito pra ser crítico de qualquer coisa, credo. O Oscar parece que só gosta de sofrimento e biografia, desde que a biografia tenha sofrimento. Não vi CODA ainda, mas pretendo ver quando precisar de alguma coisa leve e gostosa de ver (O que eu achei que ia rolar com Licorice Pizza, mas achei tão chato, gente, hehe). Não me conformo que os Mitchels não levaram, um desenho tão redondinho, cheio de sacadas legais, divertido e emocionante. O monopólio da Disney cansa...